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Clube Atlântico de Esgrima

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Diário do Nuno


...Adoro vê-los correr PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
É sempre tempo de recuperar as coisas boas.
Amanhã retoma-se uma das principais funções da Esgrima Juvenil, o convívio entre os praticantes em toda a sua plenitude. Alguns Clubes juntaram-se e planearam em conjunto a deslocação a Viana do Castelo à 3ª Etapa do Circuito Juvenil. Viajar em conjunto e dormir no mesmo local promovendo a inter-acção entre os jovens para além da própria Esgrima.
Para quem não se lembra, até à não muito tempo, os Circuitos Juvenis tinham a cargo da FPE o enquadramento logístico dos participantes. Aliás, se recuar até aos meus tempos de atleta recordo as viagens ao Norte, com inúmeras horas de autocarro (sempre com uma pequena paragem em Pombal) e a dormida no "velho" Colégio dos Carvalhos, ou a vinda dos atletas do Norte a Lisboa com hospedagem na Pensão Coimbra e Madrid, ali para os lados da Praça da Figueira.
Mas para além disto este fim-de-semana tem ainda um significado mais especial para mim. O nosso projecto cresceu, ganhou asas e voa agora independente da minha exclusiva participação. A equipa técnica tem este ano 5 elementos e está pronta a dar continuidade ao trabalho desenvolvido. Kaka, Pedro e Sara acompanham a Viana a equipa dos mais jovens, naquela que é a minha primeira ausência programada, uma vez que já noutras ocasiões tinha sido substituindo pelos atletas mais experientes enquanto ausente noutras competições.
O projecto tem agora uma dimensão que vai muito para além das capacidades individuais. Já não é um pequeno barco com timoneiro, mas sim uma embarcação com uma equipa ao leme.
É uma sensação estranha mas muito saborosa, até porque tal como aconteceu com o Filipe e o Migas, gostei muito de os ajudar a susterem-se de pé mas... adoro vê-los correr.

 
Quem garante? PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Porque passamos muito tempo juntos a pretexto da esgrima, muitas são também as situações em que extrapolamos as nossas vivências para além do contexto desportivo.
Lembro-me bem dos "longínquos" tempos de atleta no Ateneu Comercial de Lisboa com sessões de treino bem longas e abrangentes, que se iniciavam lá pelas 20h com uma extensa "futebolada", seguida dos tradicionais exercícios de Esgrima, complementados com uma sopinha num dos restaurantes da rua já com o relógio a assinalar a passagem para o dia seguinte. Era um ambiente tão engraçado que até havia um dos praticantes que chegava sempre muito tarde, sem equipamento e que dizia "... não se preocupem, eu venho só para a sopinha".
É neste contexto, em que assumidamente a Esgrima é apenas um dos elementos que nos vai mantendo ligados, que aproveitamos para ir aprendendo alguma coisa com as vivências pessoais de cada um.
Um dia veio à conversa um tal de trabalho prático de Filosofia - 11º ano. Tinha então a professora colocado à discussão a análise de uma situação utópica muito simples -"Seria um aluno capaz de comer a perna do colega do lado?". Rapidamente seguimos as deduções lógicas facilitadas pelo absurdo do exemplo que, à luz da razão e da tranquilidade do contexto em que debatíamos o tema, de forma alguma tornavam concebível tal disparate. No entanto animados pelas diversas argumentações começámos a verificar que, se o contexto fosse diferente, talvez as respostas fossem menos racionais. E se se tratasse de uma situação de sobrevivência? E se...? E se...?
E lá fomos concluindo que mesmo uma atitude à primeira vista totalmente disparatada e irracional toma diversas formas consoante o contexto e os dados do momento.
O Mundo do Desporto também está atento a este tipo de situações e premeia aqueles que se distinguem por uma atitude de elevada correcção, mesmo em contextos aparentemente desfavoráveis. O prémio Fair-Play do Comité Olímpico de Portugal, atribuído desde 1981, volta este ano à Esgrima através do atirador Joaquim Videira sendo esta a 4ª vez que esta distinção recai sobre a nossa modalidade. José Veiga Ventura em 1989, eu próprio em 1994 e João Borges em 2000 completam os Esgrimistas eleitos.
De facto, é sempre mais fácil analisar os outros nas mais diversas situações porque se lá estivermos nós... quem nos garante que nos comportaremos como pensamos?

 
Mais um passo... PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
5 minutos para as 7h e paro o carro no lugar de sempre, o primeiro à direita de quem está virado para a porta do edifício central. Desligo o rádio, as luzes e retiro do banco de trás o material para dar lição. Ele chega praticamente em simultâneo e lá nos dirigimos para o Ginásio. Abrimos os estores, acendo as luzes e iniciamos as primeiras corridas do aquecimento para a lição.
Enquanto corremos recuamos no tempo, à 8 ou 9 anos atrás iniciávamos o nosso percurso naquele mesmo espaço.
(...) O professor novo de Educação Física estava a dar esgrima na Escola e os miúdos tinham aderido em massa. Cerca de 40 tinham comparecido na primeira aula e esgrimiram tanto quanto puderam manuseando 2 floretes e 8 rolos de jornal. 1 ano mais tarde o grupo tinha estabilizado em cerca de uma dúzia de praticantes assíduos, onde ele se destacava pelo sistemático fato de treino castanho com uma banda laranja de lado e um anel tipo "cachucho" que exibia numa das mãos. Do desporto escolar avançou para os treinos no Clube aproveitando uma boleia de outro miúdo que também seguira as mesmas pisadas. (...)
Quando recordamos as coisas por onde passámos falta-nos tempo para enumerar tantos momentos, uns bons, outros nem tanto... mas lá seguíamos o nosso caminho cruzado pela esgrima. Um caminho que hoje nos torna treinador/atleta, colegas de trabalho, amigos, família.
Quando por vezes pensamos nas dificuldades em avançar no mundo do desporto, em construir alguma coisa e procurar cada vez mais e melhor, talvez seja bom observar alguns exemplos de persistência e dedicação.
À 9 anos foi uma boleia que o levou da esgrima escolar para a nacional. Hoje é o seu esforço que lhe permite arrancar sozinho a caminho da Suécia, tentando saltar da esgrima nacional para a internacional...
Caro amigo, desde já parabéns...e boa prova.
PS - A lição de hoje correu bem mas, infelizmente, lá partimos mais uma espada. Contingências da vida de esgrimista.
 
Capacidades / Rendimento PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Porque é que muitas vezes o nosso rendimento efectivo difere das capacidades de produção nesse mesmo momento?
Estudámos para um teste. Estamos seguros na matéria... e o teste corre mal. Um nervosismo extra de última hora, um problema que sei resolver mas cujo resultado final teima em dar um número esquisito que seguramente não estará certo, o tempo a aproximar-se do final e ainda estão alguns grupos de perguntas por resolver (logo hoje que não utilizei a estratégia habitual de fazer primeiro o que sei e deixar para fim as questões onde tenho dúvidas), etc., etc., etc.
O "segredo" está seguramente no nível de auto-conhecimento de cada um e da capacidade que daí retira para antecipar e controlar interferências externas.
Todos nós reagimos de maneira diferente a uma determinada situação, mas mais curioso é que, muitas vezes, nós próprios interpretamos de forma diferenciada uma mesma situação pelo simples facto de a abordarmos em posições opostas.
Porque é que perante um resultado de 12/14 nos parece quase impossível vir a recuperar, mas com 14/12 favorável não sentimos a confiança de um jogo cuja vitória já não nos pode escapar?
Tal como na escola, onde muitos alunos se sentem mais inseguros quanto mais sabem, também no desporto a responsabilidade e o receio de falhar aumenta quando se pertence ao grupo dos mais evoluídos. No entanto é necessário não esquecer... quando se faz parte desse grupo, por muito inseguros que se sintam, acreditem que do outro lado o adversário não está a dar pulos de contente por vos ter encontrado pela frente.
 
Momentos únicos PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
As provas internacionais são sempre momentos especiais e a Taça do Mundo de Burgos deste ano não fugiu à regra.
Se quisesse falar de esgrima poderia referenciar uma quantidade de aspectos positivos como o facto de se terem deslocado 11 atletas de sua própria iniciativa para investirem no seu desenvolvimento como atiradores, uma vez que os projectos das Selecções estão de momento parados, a amabilidade de um árbitro internacional se deslocar por 3 dias ao estrangeiro viabilizando a participação destes atletas interferindo com a sua vida pessoal e profissional, o desempenho global bastante positivo com vitórias importantes sobre atletas de alto nível dando boas indicações para o futuro, o companheirismo entre todos, etc., etc., etc.
No entanto as viagens ao estrangeiro ficam também marcadas por algumas particularidades e a que vos trago hoje surpreendeu todos quantos estávamos na carrinha no trajecto de regresso. Punindo os nossos comentários irónicos face à ausência de neve, prevista na ida para Burgos, o regresso efectuou-se sob um imenso nevão que muito dificultou os primeiros 250 Km. A determinada altura, tudo se complicou ainda mais, a estrada estava infestada de pequenos pássaros que apenas levantavam voo quando a carrinha estava mesmo em cima deles. Durante cerca de 20 Km o cenário era composto por neve a descer, pássaros a subir e a buzina a tocar tentado, algumas vezes sem êxito, proteger a insensatez destes pobres seres que, provavelmente, apenas procuravam algum conforto na temperatura do asfalto.
Parabéns a todos os atletas e muito obrigado Alfredo Alves.
 
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